Comer na rua exige atenção para evitar doenças, alertam especialistas

outubro 08, 2014
admin
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O número de pessoas que fazem refeições fora de casa nas cidades brasileiras passou de 25,74% para 33,10% nos últimos anos, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatística (IBGE). E quem contribui para esta estatística precisa ficar atento. Comer na rua exige atenção para evitar doenças relacionadas à contaminação de alimentos.

A intoxicação alimentar, ou gastrintestinal (gastroenterocolite aguda), é causada pela contaminação de água e de alimentos, devido à falta de cuidado e higiene durante o manuseio, preparo, higienização, armazenamento ou tempo de exposição. Pode também ser causada por substâncias químicas em função do uso inadequado de agrotóxicos e pesticidas.

De acordo com a nutricionista Karoline Jorge, muitas vezes, a intoxicação alimentar passa despercebida, pois os principais sintomas da doença, como desconforto abdominal, dor de cabeça e gases, acabam não sendo associados à intoxicação. “Os sinais mais frequentes são febre, dor de cabeça, gases, diarreia, vômito, mal-estar, cólica, desconforto abdominal e náuseas”, explica.

Na maioria dos casos, a infecção bacteriana é a principal causa de intoxicação alimentar. Os diferentes tipos de Salmonella e o Staphilococus aureus são os mais frequentes agentes da infecção, uma vez que são capazes de viver e se multiplicar no interior dos intestinos. “Principalmente se nosso intestino estiver em disbiose, ou seja, desequilíbrio da flora intestinal, desfavorecendo a saúde do indivíduo”.

Caso a doença seja causada por vírus e bactérias, o paciente pode ter agravamento do quadro com desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial. “Se não tratado corretamente pode levar a morte, como no caso do botulismo, causado pela bactéria clostridium botulinum”, afirma Karoline.

“Na maioria dos casos, o tratamento consiste no consumo de bastante líquido para melhorar a desidratação, acompanhado de repouso e alimentação leve”, afirma a nutricionista.

Prevenção

A prevenção das intoxicações alimentares está diretamente associada ao saneamento básico, aos cuidados no preparo dos alimentos e a medidas básicas de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro.

A nutricionista afirma que, para não ter surpresas, o cuidado deve ser tomado dentro e fora de casa. “É importante frequentar restaurantes da sua confiança, principalmente no consumo de alimentos crus, como peixes. Também é preciso tomar cuidado com a maionese, por exemplo, que é um dos produtos mais contaminados em restaurantes. E quando consumir alimentos em barraquinhas de rua, observe se o vendedor manuseia o dinheiro e alimentos sem lavar a mão”, orienta a profissional.

Fazer compras no supermercado também exige atenção: evite embalagens amassadas, furadas e enferrujadas. “Quando for cozinhar em casa, lave sempre a mão antes e durante o preparo dos alimentos, que também devem ser lavados, principalmente se forem consumidos crus”.

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Números

Levantamento realizado pelo Hospital do Coração de São Paulo aponta que o número de pacientes atendidos com a doença aumentou 122%, saltando de 280 para 624 por ano, entre 2009 e 2013.

Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde, mostram números expressivos de intoxicação alimentar em São Paulo. Entre 2011 e 2012, foram confirmados 307 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos, sendo que 282 foram casos de diarreia. É considerado surto quando duas ou mais pessoas apresentam a mesma doença após ingerirem água ou alimento da mesma origem.

Cuidados na cozinha

Os alimentos podem ser contaminados de diversas formas, seja pelo armazenamento em condições desfavoráveis, por estarem com a data de validade vencida ou, até mesmo, pelo manuseio inadequado. Apesar da incidência de ‘problemas alimentícios’ ser menor com pratos consumidos em casa, os cozinheiros não profissionais também devem se preocupar com a manipulação do que é preparado.

A necessidade de lavar sempre as mãos é reforçada pela professora Lourdes Bernadete, que ministra os cursos de cozinheiro e Elaboração do Manual de Boas Práticas na Cozinha da da Escola de Gastronomia e Hotelaria do SinHoRes.

“Normalmente os profissionais que trabalham em cozinhas de restaurantes e lanchonetes já tem noção dessa importância, mas em casa não é diferente. A dona de casa tem que estar sempre lavando as mãos, de preferência com sabonete higienizador”, explica.

Evitar manusear alimentos crus e cozidos com as mãos e utensílios sem lavar também está entre as dicas para evitar intoxicação alimentar. “No caso das tábuas de corte, por exemplo, o ideal é ter uma para cada tipo de carne. Caso só tenha uma, precisa deixar de molho em água com cloro orgânico por 10 minutos para tirar todas as bactérias, senão ocorre contaminação cruzada. Só uma lavadinha não adianta”.

A organização também é outro fator para o qual quem cozinha deve estar atento. A professora explica que deve haver a regra “sujou, limpou”. “Não pode deixar para limpar tudo junto depois. Se sujar algo, o ideal é limpar na hora. “São alguns cuidados básicos que precisam fazer parte da rotina, se tornando hábito. A área da alimentação é uma área que pede amor e dedicação”.

Fonte: A Tribuna

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