Fibras para o controle da pressão arterial

janeiro 21, 2015
admin
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O termo fibra dietética se refere a “polímeros de carboidratos com dez ou mais unidades monoméricas, que não são hidrolisados pelas enzimas endógenas no intestino delgado humano”. As fibras, tanto solúveis quanto insolúveis, estão presentes nas frutas, hortaliças, leguminosas e grãos integrais em quantidades variadas e desempenham papel relevante na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, incluindo diabetes e alguns tipos de câncer, como o de cólon. Nas últimas décadas, a literatura também acumulou uma quantidade substancial de evidências sobre o efeito protetor das fibras contra o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Este último está relacionado com a melhora de fatores de risco, como dislipidemia e resistência à insulina. Além disso, estudos epidemiológicos na década de 1990 indicaram a presença de relação inversa entre o consumo de fibras e a pressão arterial1. A possibilidade de sua implementação como uma estratégia de intervenção simples e de fácil aceitação incentivou a realização de uma série de ensaios clínicos. Em 2005, Whelton et al. os reuniu em uma metanálise. Os resultados apontaram redução significativa na pressão arterial sistólica (-6 mmHg) e diastólica (-4 mmHg) entre pacientes hipertensos, em estudos que tiveram duração superior a oito semanas. O efeito em indivíduos normotensos foi considerado inconclusivo.
Como a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral (AVC), assim como níveis plasmáticos elevados de colesterol, o benefício da ingestão de fibras pode se estender à prevenção deste desfecho. Threapleton et al. (2013) conduziram uma metanálise com inclusão de oito estudos de coorte realizados em diferentes países, concluindo que o maior consumo de fibras está associado com menor incidência de AVC isquêmico ou hemorrágico.
Ainda, padrões alimentares caracterizados por um alto consumo de vegetais e grãos integrais, como a dieta vegetariana, parecem ter efeito protetor contra o desenvolvimento de hipertensão. Recentemente, Yokoyama et al. (2014) analisaram dados de 7 ensaios clínicos e de 32 estudos observacionais sobre o efeito de dietas vegetarianas na pressão arterial, os quais revelaram, no primeiro caso, diminuição média de 4,8 e 2,2 mmHg e no segundo, de 6,9 e 4,7 mmHg, nas pressões sistólica e diastólica, respectivamente.
As pesquisas ainda precisam elucidar se a redução pressórica depende do tipo da fibra ou do alimento fonte. Além disso, o mecanismo que explica a regulação da pressão arterial ainda não é plenamente compreendido. Postula-se que os benefícios estão relacionados com o controle do peso e com a melhora da sensibilidade à insulina, observados em resposta ao maior consumo de fibras.
Para que dietas ricas em fibras sejam amplamente consumidas pela população, é necessário investir em educação nutricional e ações de promoção do consumo de vegetais, notoriamente baixo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, a densidade de fibras na dieta do brasileiro foi igual a 7,6 g/1000 kcal, pouco mais da metade do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (12,5 g/1000 kcal). Pesquisas, como a de Estruch et al. (2009) demonstram a eficácia de intervenções à base de alimentos para promover maior consumo de fibras e, com isso, alcançar melhora significativa não somente na pressão arterial, como também no peso corporal, circunferência da cintura e perfil lipídico.

Fonte: A Tribuna MT

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